quarta-feira, 14 de junho de 2023

Livros séneca

O filósofo, escritor e político romano Sêneca representa o estoicismo, que consiste em desenvolver uma vida dedicada ao estudo e ao pensamento, como fonte de um verdadeiro sentido à própria vivência em relação ao mundo. E para compreender melhor essa vertente filosófica nada mais interessante que mergulhar no pensamento de Sêneca em alguns livros essenciais! Confira:

1. Cartas selecionadas

As nove cartas que aqui se oferecem ao leitor, traduzidas diretamente do latim, foram selecionadas das célebres Cartas a Lucílio, que Sêneca compôs na última fase de sua vida, e que falam sobre a amizade, a virtude, a velhice, a equanimidade perante as vicissitudes e a divindade no ser humano. O estoicismo, escola filosófica a que Sêneca pertence, prega que a busca da felicidade consiste em livrar-se das impressões apaixonadas dos sentidos e das emoções por meio do fortalecimento da vontade e da racionalidade, integrando-se a uma ordem que já está dada na natureza. Os conselhos do filósofo podem nos ajudar, assim, a desenvolver a coragem necessária para encarar a realidade e para lidar com ela da melhor maneira possível; podem servir-nos como remédios contra a ignorância, ou ferramentas para acessar o real: não só para resistir às adversidades, mas para crescer no meio delas, conservando a alma sempre serena e resoluta.

2. Sobre a brevidade da vida

Sêneca

Os escritos do filósofo estoico Sêneca pertencem à categoria de obras que mudaram a humanidade e que, universais, resistem à passagem do tempo. Por meio de insights poderosos, eles transformam a maneira como nos vemos e já serviram de guia para inúmeras gerações por sua eloquência, lucidez e sabedoria. Sobre a brevidade da vida e Sobre a firmeza do sábio foram concebidos em forma de cartas e apresentam reflexões essenciais quanto à arte de viver, à passagem do tempo e à importância da razão e da moralidade.

3. Sobre a ira

Sêneca

Escritos na metade do século I d.C., em formato epistolar, os dois diálogos contidos neste volume foram provavelmente as únicas obras latinas dedicadas a expor uma terapêutica para a superação da ira e para o alcance de um estado de perene serenidade. Ambos exemplificam a concepção que Sêneca – preceptor de Nero e um dos maiores filósofos da Antiguidade romana – tinha da filosofia: uma disciplina prática, destinada não só a elevar a qualidade ética da vida humana, mas sobretudo a promover um processo de ascese espiritual, conforme a perspectiva afirmada pela doutrina estoica. Em função disso, a abordagem é minimamente teórica, sendo privilegiados os recursos de uma linguagem retórico-literária exuberante, que visa dispor o ouvinte ou leitor à transformação de seu estado de ânimo e à busca de uma conduta moral permanentemente elevada. Leitura indispensável para a manutenção da serenidade em tempos conturbados. 

4. Cartas de um resiliente: Perceber o mundo e não ser controlado por ele

A filosofia estoica treina o nosso comportamento para prosperar em ambientes de alto estresse. Ela ensina como diferenciar o que você não pode controlar do que pode. Fundamentada na razão, o estoicismo propõe um novo olhar para a vida, com conceitos práticos que ajudam as pessoas a transformar ideias em ação. Lidar com as frustrações, com a sensação de tempo perdido, enfrentar os imprevistos e aceitar o que não pode ser controlado. Baseado na filosofia estoica, Lúcio Aneu Sêneca criou um tratado para responder a essas e outras perguntas há mais de dois mil anos. E esses conselhos permanecem bastante atuais, pois incentivam a capacidade de sermos fortes e resilientes frente aos problemas. Segundo o autor, a melhor forma de lidar com um fracasso, desilusão, angústia, ou qualquer outro sentimento negativo, é ajustar nossa visão dos fatos à realidade. Nesta edição, você encontrará as primeiras cartas de Sêneca. Elas podem ser lidas fora de ordem, pois tratam de temas diversos e servem como um guia para enfrentar as dificuldades e tomar decisões importantes, alcançar o êxito nos desafios e usufruir da felicidade no dia a dia.

5. Sobre a vida feliz / Sobre a providência / Sobre o ócio: Diálogos

Reunidos neste volume estão três dos dez diálogos que nos chegaram de Sêneca, o filósofo estoico que mudou para sempre o pensamento ocidental: “Sobre a vida feliz”, em que o autor nos oferece uma visão profunda sobre o processo que conduz a um efetivo estado de felicidade; “Sobre o ócio”, um tratado sobre o uso do tempo livre para benefício tanto individual quanto coletivo; “Sobre a providência divina”, possivelmente escrito quando o autor se afastou dos deveres como conselheiro do imperador Nero. Seja ao refletir sobre a existência de deus e seu papel na vida humana, ou ao argumentar sobre a importância de se retirar da vida pública e viver o ócio, os ensinamentos do filósofo resistem à passagem do tempo e encantam leitores há séculos. Um exemplo da filosofia do bem-viver, este é um livro essencial para estudiosos e interessados em pensar o que pode ser feito para se viver uma vida melhor e de maior paz.


Da tranquilidade da alma

Sêneca (4 a.C. - 65 d.C.), preocupado com as mudanças bruscas nos valores morais, nas crenças e na religião, refletiu sobre esses anseios em textos. Três deles, conhecidos como tratados morais, estão compilados neste volume. 'Da vida retirada', 'Da tranquilidade da alma' e 'Da felicidade'. Neles são apresentadas meditações sobre a busca da serenidade e a importância da reflexão interior. Para uma vida plena - recomenda o filósofo - é necessário o afastamento dos bens materiais e daquilo que traz infelicidade, somente assim se iniciaria o processo de aprimoramento espiritual.





Da Clemência
, também traduzido como Tratado sobre a Clemência, é um ensaio de originalmente  três volumes dos quais apenas o primeiro e parte do segundo sobreviveram. Foi escrito em 55-56 dC por Sêneca, dedicado ao imperador Nero no seu primeiro (ou segundo) ano de reinado.

No De Clementia Sêneca desenvolve suas reflexões sobre o poder do estado e sobre a diferença entre o tirano e o bom rei. Traça a imagem de um governante que reina, como representante dos deuses. Explica que o poder absoluto pode ser legitimado e justificado pela prática da clemência, mantendo assim a ordem e organizando um consenso entre os homens. Ao ser clemente, ao ser virtuoso, o imperador se torna útil ao bem público, se porta segundo à Natureza, se conforma ao Lógos, à Fortuna.

Na obra vemos como a clemência deve ser exercitada principalmente por aqueles que podem socialmente exercer poder sobre outros: príncipes, professores, militares, pais, considerando que o dano causado por um erro de julgamento por estes, quando afetados por alguma paixão, será profundamente danoso para quem recebe a punição e para quem a ordena. Para o príncipe, a prática da clemência, além de evitar a formação de oposições, de legitimar seu poder e de lhe garantir direito de sucessão, fornece estabilidade e segurança no poder. Enquanto o tirano, o mau imperador é perseguido e vive sem tranquilidade, o rei-filosofo, o bom e clemente imperador vive em paz, pois conta com o amor e não com o temor dos súditos.

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